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  • Foto do escritorGabriel Resgala Silva

Afinal, o que é a depressão?

Sabe qual a condição de saúde considerada como a principal causadora de incapacidade em todo o mundo? A depressão. Sim, segundo a OMS, a depressão afeta mais a vida e a produtividade de pessoas ao redor do mundo do que doenças temidas como o câncer ou problemas cardíacos. Mesmo assim, ela continua sendo muito pouco compreendida - e, tantas vezes, menosprezada. Afinal, ela é uma doença? Quais são as causas? Quem pode ser acometido? E tem cura?


mulher triste

Respondendo à primeira pergunta: sim, a depressão está na CID (Classificação Internacional de Doenças da OMS) desde 1949. Mas talvez "doença" não seja o nome mais adequado para caracterizá-la, assim como para outras condições mentais. É porque o termo "doença", na medicina, se refere a algo com causas delimitadas e sintomas bem específicos. A gripe, por exemplo, nós sabemos que é causada por um vírus e tem curso e sintomas nítidos. Mas, em se tratando da saúde mental, as condições em geral não são tão claras assim: não é possível determinar, por exemplo, apenas uma causa específica para a síndrome do pânico ou o TDAH.


Por isso é que a nomenclatura utilizada pela CID para esses casos é "transtorno". Um transtorno, como o nome sugere, é uma condição de saúde já bem estudada e conhecida por afetar profundamente o funcionamento da pessoa, embora não possa ser diagnosticada por meio de exames fisiológicos. Muitas vezes, um transtorno pode ser um quadro mais grave que diversas doenças já bem delimitadas.


O diagnóstico dos transtornos mentais é clínico, devendo ser realizado por um profissional de saúde devidamente capacitado (principalmente psiquiatra ou psicólogo). Para verificar se alguém tem depressão, esse profissional deverá avaliar se a pessoa apresenta, diariamente por ao menos 2 semanas, sentimentos de tristeza, falta de energia e motivação, fadiga, perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas e uma sensação persistente de desesperança (que pode desencadear pensamentos suicidas). É um quadro real, em que a pessoa sente nítida dificuldade em realizar atividades que em outros momentos poderiam lhe parecer banais.


Outros sintomas, como aumento ou diminuição do sono ou do apetite, sentimento de inutilidade, dificuldades de se concentrar e de tomar decisões, lentidão ou agitação psicomotora (por incrível que possa parecer) também são comuns. Como pode-se imaginar, nem sempre são sintomas que aparecem de forma clara e da mesma forma em todas as pessoas; quando se trata de crianças ou adolescentes, então, o quadro pode apresentar ainda mais peculiaridades. Por isso é tão importante o diagnóstico por um profissional devidamente treinado.


E o que causa isso tudo? A origem da depressão é multifatorial, ou seja, fatores biológicos, psicológicos e ambientais podem contribuir para o seu desenvolvimento. Há um desequilíbrio químico no cérebro, envolvendo a serotonina e outros neurotransmissores, mas também questões psicológicas como crenças e pensamentos arraigados, além da influência de fatores ambientais como o estresse, as condições familiares, a perda de um ente querido, problemas financeiros ou dificuldades na escola e no trabalho.


E quem pode ter depressão? A resposta é clara: qualquer um. Há certamente aqueles mais propensos a desenvolver esse transtorno, mas a depressão pode afetar qualquer pessoa em determinado momento da vida, independentemente de sua idade, gênero ou status socioeconômico.


Felizmente, porém, a depressão é uma condição plenamente tratável. O tratamento pode envolver psicoterapia, medicação ou uma combinação de ambos. A Terapia Cognitivo-Comportamental é um tipo de psicoterapia frequentemente utilizada no tratamento da depressão, pois ajuda as pessoas a identificarem e modificarem os padrões de pensamento e comportamento que estão contribuindo para o quadro. Em quadros leves, o tratamento apenas psicoterapêutico apresenta bons resultados; já em quadros médios ou graves, a inclusão de medicamentos antidepressivos (devidamente receitados e acompanhados por um médico) pode auxiliar bastante. Independente da gravidade, o acompanhamento psicoterapêutico é importante sobretudo para proporcionar à pessoa mais autonomia e evitar recaídas.


Existem também mudanças no estilo de vida que podem ajudar bastante a aliviar os sintomas da depressão. Isso inclui a prática regular de exercícios físicos (buscando principalmente os que dão mais prazer à pessoa), uma dieta saudável, a melhora da qualidade do sono, a busca por atividades de lazer que gerem satisfação e a redução do consumo de álcool e drogas. Mas, dependendo do caso, apenas essas mudanças não serão suficientes para reverter o quadro.


Portanto, se você ou alguém que você conhece está sofrendo de depressão, é importante procurar ajuda profissional. A depressão não é uma fraqueza ou falha pessoal, mas uma condição médica que pode ser tratada. Com o tratamento adequado, muitas pessoas conseguem superá-la e levar uma vida plena e saudável - muitas vezes tornando-se até mesmo mais felizes e realizadas do que eram antes!



Olá! Meu nome é Gabriel Resgala, sou psicólogo e terapeuta Cognitivo-Comportamental. Se desejar tirar dúvidas ou marcar uma sessão, basta clicar no botão abaixo para falar comigo. Sinta-se à vontade!





Referências:

https://jornal.usp.br/ciencias/visao-sobre-depressao-sofreu-transformacoes-ao-longo-da-historia/

https://www.paho.org/pt/topicos/depressao

https://brasilescola.uol.com.br/doencas/diferenca-entre-doencas-sindromes-transtornos.htm

https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos#v1028038_pt


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