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Foto do escritorGabriel Resgala Silva

Quando o relaciomento termina...

Às vezes você acredita que o término vai ser tranquilo, afinal vocês nem tiveram grandes brigas, acabaram decidindo de comum acordo que era melhor cada um seguir o seu caminho. Mas eis que, quando você se vê sozinho(a), de repente tudo fica confuso. A sensação de falta, que ao fim de outros relacionamentos até pareceu mais fácil superar, desta vez vem de forma pesada. A verdade é que mesmo quem passou por diversas experiências parece acabar passando, ao menos uma vez, por um processo de término mais complicado - que algumas vezes pode se tornar até mesmo um dos eventos mais difíceis da vida da pessoa. E esse fenômeno pode ocorrer tanto ao fim de relacionamentos de curto quanto de longo prazo, sem um padrão definido. Mas por que isso ocorre?

casal separado por uma cortina

Não é uma pergunta tão simples de se responder. Relacionamentos amorosos envolvem alguns dos sentimentos mais complexos que um ser humano pode experimentar - e isso, por um lado, pode ser fascinante, motivador e altamente enriquecedor. Por outro, por vezes pode colaborar para tornar tudo um verdadeiro caos. Feromônios, afinidades e processos mentais conscientes ou não contribuem para que a paixão e o amor tomem conta de nossa mente de uma forma que pode parecer difícil controlar. Quando tudo termina, as conexões emocionais estabelecidas, o apego, as memórias associadas, o grupo de amigos,

a mudança de rotina e fatores psicológicos individuais podem desencadear um verdadeiro processo de luto, semelhante ao que experimentamos quando perdemos alguém próximo. Afinal, mesmo que o(a) ex-parceiro(a) não tenha morrido, o papel que ele(a) desempenhava em nossa vida de fato deixa de existir.


Classicamente, costumamos dizer que o processo de luto pode atravessar diversos estágios, como negação, raiva, barganha e depressão, até chegar à aceitação. O importante é ter em mente que é um movimento que sempre leva tempo, pois a mente precisa de um período para processar a nova realidade e restabelecer seu funcionamento normal, superando a forte sensação de "algo fora do lugar". Processos de luto de até um ano são considerados normais; só quando ultrapassam essa duração é que podem ser considerados realmente patológicos, encarados até mesmo como transtornos mentais. Mas não quer dizer que, mesmo numa duração menor, esse período não seja bastante estressante e doloroso - muito pelo contrário. E, para que ele possa ser enfrentado de uma forma menos traumática, há algumas dicas que podem ser bastante úteis:

  1. Permita-se sentir suas emoções: sim; num primeiro momento, você deve permitir-se sentir todas as emoções que surgem. É normal sentir tristeza, raiva, culpa, ciúmes. Não tente reprimir o que sente, pois isso pode atrasar o processo; o que é guardado tende a ressurgir com mais força. Em vez disso, permita-se sentir o que precisa ser sentido, encontrando maneiras saudáveis de expressar essas emoções - é preciso tomar cuidado para que ela não o(a) leve a tomar atitudes impulsivas, das quais depois possa se arrepender. Escrever um diário e desabafar com pessoas de confiança pode ajudar.

  2. Cuide de si mesmo(a): a expressão das emoções negativas do item anterior não deve tomar toda sua vida; é importante equilibra-las com momentos de descontração e autocuidado, mesmo que a princípio possa ser necessário um pouco de esforço para realizá-los. É importante cuidar de si mesmo durante esse período de transição, não descuidando da alimentação, se exercitando, equilibrando o ritmo de trabalho com outras atividades e dormindo o suficiente. A prática de meditação também pode ajudar a reduzir a ansiedade e o estresse. E nao deixe de dedicar tempo para atividades que lhe façam bem, como hobbies ou sair com amigos.

  3. Evite ter contato frequente com o(a) ex-parceiro(a): embora possa ser difícil, evite entrar em muito contato com o(a) ex. Embora num término saudável exista a possibilidade de perdurar uma amizade sincera, não é neste momento que ela irá se consolidar. Se o processo de término está difícil, sua mente ainda não saberá distinguir as coisas, e poderá ficar confusa caso o contato com a pessoa seja frequente; isso pode atrasar o processo e causar mais dor. Tente manter uma distância saudável e, se for o caso, fale sobre isso com a pessoa, explicando que a proximidade não está lhe fazendo bem. Em último caso, pode ser necessário bloquear o contato por um tempo para lhe ajudar se recuperar.

  4. Aceite a realidade do término: aceitar a realidade do término é um processo importante para seguir em frente. É normal sentir vontade de negar ou se agarrar à esperança de reconciliação, mesmo quando racionalmente percebe-se que ela é inviável. Por mais difícil que seja, a aceitação da realidade é fundamental para iniciar o processo de superação. Lembre-se de que o término não significa necessariamente o fracasso e que há lições a serem aprendidas com cada experiência.

  5. Considere a terapia: se não está fácil lidar com o término, considerar a terapia pode ser uma opção útil. Mesmo sendo considerado um processo comum da vida, um término difícil pode ser extremamente traumático se não for enfrentado com a devida atenção. Nesse processo, um bom terapeuta pode ajudá-lo a lidar com suas emoções, desenvolver estratégias saudáveis para viver a nova realidade e trabalhar na construção de um futuro melhor.

Lidar com o término de um relacionamento pode ser difícil, mas é plenamente possível superá-lo - aliás, a superação é a conclusão normal do processo, por mais que num primeiro momento isso possa parecer impossível. Seguir essas dicas pode ajudá-lo(a) nesse enfrentamento, para que com o tempo você possa se recuperar e seguir em frente com uma nova perspectiva e esperança. A vida, certamente, lhe reserva ainda muitas possibilidades!



Olá! Meu nome é Gabriel Resgala, sou psicólogo e terapeuta cognitivo-comportamental. Se desejar tirar dúvidas ou marcar uma sessão, basta clicar no botão abaixo para falar comigo. Sinta-se à vontade!



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